quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma criança, uma adolescente, uma mulher...

Ela sente-se de todas as formas possíveis de sentir, o amor que a envolve faz com que se sinta pura e ingenua como uma criança, com o coração aos pulos e o estômago cheio de borboletas como uma adolescente e sente-se uma mulher por ter de acatar com o silêncio, pois ela não pode mostrar o que sente por aquele que em tempo foi quase dela.
Esconde-se debaixo do seu pano de alegria que a acompanha ao longo do dia e faz dela uma rapariga estonteante. Quando chega á noite, consumida pelo que sente, deita-se na cama e trás á memória todos os momentos que passaram juntos, de todos eles recorda um que cintila em seus pensamentos como se fosse o maior e mais brilhante de todos os momentos que lhe passavam nos pensamentos naquele instante, então ela decide citá-lo em voz baixa para si: "Numa tarde estávamos juntos numa especie de bosque onde tudo parecia mágico e cheio de brilho. Sobre as folhas caídas no chão estavam dois corpos quentes a explodir de prazer. Entre beijos e abraços envolvíamos-nos mais e mais a casa instante até que derrubamos os limites e ali mesmo aconteceu, não havia como aguentar tal prazer, tal vontade, tal desejo. Os suspiros de prazer eram mútuos, a respiração refletia a forma como os dois corpos se estavam a envolver. Dois corpos suados, quentes, numa imagem de Outono, tudo para nós era possível naquele momento, tudo para nós era mágico, notava-se nos nossos rostos de satisfação por nos termos um ao outro naquele momento." Depois de recordar tudo isto decide contactá-lo, pois todos os dias o faz mesmo sabendo no fundo que a única coisa que devia fazer era desprezá-lo, porque nunca lhe deu o valor suficiente, ele nunca a mereceu completamente. Mas ela entrega-se sem pensar que pode ser gozada por aquele que tanto admira. Envia-lhe mensagens de texto durante todo o dia, tentando mostrar-lhe indiretamente que o deseja de novo, mas ele tenta fazer de conta que não percebe, umas vezes não responde outras vezes responde sendo indiferente.
Mal o dela, pois é uma rapariga de ideias fixas e quando quer algo faz tudo ou quase tudo para o ter, valendo a pena ou não, só pensará mais tarde quando estiver a sofrer, quando abrir os olhos e cair na realidade. Neste momento está enfeitiçada não vê que só se ridiculariza ao dizer-lhe todas as coisas que diz. Só quer voltar ao que tinham, voltar a tocar-lhe, voltar a abraça-lo, voltar a beija-lo como se fosse de cada vez a última que o estivesse a fazer. Será que ele vai ceder? Será que voltaram a estar juntos? Uma coisa é certa, ela não deixará de tentar, até voltar a vê-lo, até voltar a tê-lo.
Insistindo de dia para dia diz-lhe que naquele mesmo dia iria querer vê-lo mas ele continuava fazendo-se despercebido dizendo-lhe indiretamente que não queria estar com ela, que não a queria ver, mas nem assim ela desiste e sente-se confiante de que irá vê-lo e recuperar aquilo que tinham antes de terminarem por volta da noite de passagem de ano. Esta noite, ficará á espera de um telefonema dele, do qual tem quase certezas que não vai existir...

4 comentários: